Há alguns anos, um pequeno meme se tornou tradição natalina: todo dezembro, alguém resgata a clássica saudação de um menino desafiado a enviar uma mensagem de Natal, que, sem entender o contexto, mandou um abraço para uma tal de Natalina. O humor está aí – simples, quase inocente. Mas, ao refletir sobre isso, me veio a inspiração: como não entender o significado de algo nos impede de vivê-lo em sua plenitude?
E, então, eu penso: o Natal. Como você comemora o Natal? Por que você o comemora? Existe algum sentido nisso?
Os dias vão avançando rumo ao 24, e as pessoas se organizam como podem. Famílias grandes tentam se reunir, pequenas famílias o fazem à sua maneira, e mesmo quem não segue tradições pode acabar assistindo a filmes natalinos ou admirando luzes penduradas nas sacadas. Mas, por quê? Por que enfeitar uma árvore, amarrar fitas vermelhas nos presentes ou esperar por um velhinho barbudo que, convenhamos, nunca coube na nossa cultura sem chaminés ou pinheiros nativos?
Seja como for, essa é a época em que tudo parece diferente. O cheiro do forno trabalhando, a generosidade nos pequenos gestos, as gorjetas que aumentam, as doações que chegam. Talvez, no fundo, todos desejemos nos sentir mais amados, mais humanos. Mas será que, no meio disso, não perdemos a essência?
Todo ano, ouvimos que o Natal é sobre amor, esperança, compaixão, família. Mas esperança no quê? Amor por quem? Compadecer-se de quem e por meio de quê? Sem respostas, essas virtudes acabam soando vazias, como a saudação para Natalina – bonita, mas sem substância.
Voltando ao essencial, o Natal não é sobre Papai Noel. Nunca me fez sentido dar créditos ao homem de vermelho, enquanto o verdadeiro presente era fruto do trabalho duro do meu pai. E se o Natal não é sobre Noel, o que é, então?
Se for apenas uma celebração de virtudes humanas, por que amar o próximo? Por que presentear? Por que compartilhar uma refeição ou doar algo a alguém? Sem um motivo maior, até mesmo as virtudes perdem sua força. Sem fundamento, tudo se esvazia.
Pense nos outros feriados: ninguém reúne a família no Dia do Trabalho para agradecer ao Ministério do Trabalho pela CLT. Ninguém celebra a Proclamação da República vestido de Deodoro da Fonseca. Mas o Natal, ele tem algo diferente.
O Natal tem um centro, uma essência – ou deveria ter. Celebramos o nascimento de Jesus Cristo, não porque sabemos a data exata, mas porque Ele veio. Comemoramos o momento em que Deus se fez homem e habitou entre nós.
E, como em qualquer aniversário, o mínimo seria honrar o aniversariante. É inconcebível ir a uma festa de aniversário e ignorar a pessoa que se celebra, certo? Então, por que faríamos isso no Natal?
Se Cristo nasceu, é porque nos foi dada a chance de uma nova vida. Se Ele veio, é porque há redenção. E se há redenção, há vida eterna.
Por isso, ao celebrar o Natal, celebre a nova vida que Ele trouxe. Honre o motivo pelo qual tudo existe: a vinda de Cristo, a encarnação do Filho de Deus, o início do plano que nos dá esperança.
Celebre o Natal como quem celebra o maior presente já dado: Cristo!